Caminhos de espiritualidade: cultura de paz, não-violência, mística, autoconhecimento, compaixão e cuidado pelos seres e pela terra

23 de dez. de 2010

Fabriquemos sonhos em 2011

Sabemos que o final do ano é um momento de fazermos balanços, de pesarmos o que valeu e o que não valeu a pena, por isso trouxemos para reflexão esse texto, a fim de que possamos juntos plantar muitas sementes para uma humanidade melhor. Pois cada processo de auto-desenvolvimento aproxima toda a humanidade de sua bem aventurança.

" É possível que tenhamos que esperar até o século XXII para que a humanidade mude de modo fundamental. O que aconteceria se o Cristo se apresentasse hoje? O Cristo é um Messias: o salvador da humanidade. Nenhum indivíduo pode salvá-la agora. Se o cristo vier, será um Cristo coletivo. Será a iluminação de toda a humanidade. Se a humanidade inteira não se ilumina, se acaba o humano. O Cristo ou é coletivo ou não é.

E quem é o homem? O homem tem que compreender que seu corpo é o universo, que o tempo é o que acontece com ele, e que a sua consciência é parte da consciência cósmica. Temos que compreender ? mesmo que não vivamos, mesmo que morrermos antes de vê-lo ? que o homem vai povoar as estrelas, que vai conseguir viver tanto quanto o universo, que construirá uma consciência global e que será a mente do cosmos. Se não temos esse ideal, não vale a pena viver. Pouco a pouco devemos nos aproximar deste ideal. Nós não veremos a chegada da Consciência Cósmica, não veremos os frutos das sementes que estamos plantando. Devemos nos sacrificar, por aquilo que somente nossos descendentes verão. Esse é o sentido do sacrifício que nos ensinam os Evangelhos: a absoluta humanidade necessária para atuarmos sabendo que não veremos o resultado. (...)

Temos que pensar no que virá, e amá-lo. Devemos atuar crendo na humanidade futura. Trabalhar por ela, incansavelmente. Aprender a aceitar o sacrifício. Porque de outra forma, essa mudança não se produzirá. Nós plantaremos a semente, nós trabalharemos, nós faremos avançar a humanidade até a sua realização. (...)

Assim como a aranha tece teias, nós fabricamos sonhos."Alejandro Jodorowsky

São nossos mais sinceros desejos para 2011.

Com amor,

Daniela e Marcelo

14 de dez. de 2010

A doença da mente, por Seng Ts'an


O Grande Caminho não é difícil,
para os que não têm preferências.
Quando o amor e o ódio estão ausentes,
tudo se torna claro e desmascarado.
Faça, contudo, a mínima distinção,
e o céu e a terra serão separados infinitamente.
Se você deseja ver a verdade,
então não tenha opiniões a favor ou contra nada.
Agrupar o que você gosta contra o que não gosta
é a doença da mente.
Quando o profundo significado das coisas não é entendido,
a paz essencial da mente é perturbada sem proveito algum.

O Caminho é perfeito como o vasto espaço
onde nada falta e nada está em excesso.
De fato, é devido à nossa escolha de aceitar ou rejeitar
que não vemos a verdadeira natureza das coisas.
Não viva no emaranhado das coisas externas,
nem nos sentimentos internos de vazio.
Sinta-se sereno na unidade das coisas
e tais visões errôneas desaparecerão por si mesmas.
Quando tentas parar a atividade para alcançar a passividade
o próprio esforço lhe inunda de atividade.
Enquanto você permanecer em um extremo ou noutro
você nunca conhecerá a Unidade.