Caminhos de espiritualidade: cultura de paz, não-violência, mística, autoconhecimento, compaixão e cuidado pelos seres e pela terra

23 de dez. de 2010

Fabriquemos sonhos em 2011

Sabemos que o final do ano é um momento de fazermos balanços, de pesarmos o que valeu e o que não valeu a pena, por isso trouxemos para reflexão esse texto, a fim de que possamos juntos plantar muitas sementes para uma humanidade melhor. Pois cada processo de auto-desenvolvimento aproxima toda a humanidade de sua bem aventurança.

" É possível que tenhamos que esperar até o século XXII para que a humanidade mude de modo fundamental. O que aconteceria se o Cristo se apresentasse hoje? O Cristo é um Messias: o salvador da humanidade. Nenhum indivíduo pode salvá-la agora. Se o cristo vier, será um Cristo coletivo. Será a iluminação de toda a humanidade. Se a humanidade inteira não se ilumina, se acaba o humano. O Cristo ou é coletivo ou não é.

E quem é o homem? O homem tem que compreender que seu corpo é o universo, que o tempo é o que acontece com ele, e que a sua consciência é parte da consciência cósmica. Temos que compreender ? mesmo que não vivamos, mesmo que morrermos antes de vê-lo ? que o homem vai povoar as estrelas, que vai conseguir viver tanto quanto o universo, que construirá uma consciência global e que será a mente do cosmos. Se não temos esse ideal, não vale a pena viver. Pouco a pouco devemos nos aproximar deste ideal. Nós não veremos a chegada da Consciência Cósmica, não veremos os frutos das sementes que estamos plantando. Devemos nos sacrificar, por aquilo que somente nossos descendentes verão. Esse é o sentido do sacrifício que nos ensinam os Evangelhos: a absoluta humanidade necessária para atuarmos sabendo que não veremos o resultado. (...)

Temos que pensar no que virá, e amá-lo. Devemos atuar crendo na humanidade futura. Trabalhar por ela, incansavelmente. Aprender a aceitar o sacrifício. Porque de outra forma, essa mudança não se produzirá. Nós plantaremos a semente, nós trabalharemos, nós faremos avançar a humanidade até a sua realização. (...)

Assim como a aranha tece teias, nós fabricamos sonhos."Alejandro Jodorowsky

São nossos mais sinceros desejos para 2011.

Com amor,

Daniela e Marcelo

14 de dez. de 2010

A doença da mente, por Seng Ts'an


O Grande Caminho não é difícil,
para os que não têm preferências.
Quando o amor e o ódio estão ausentes,
tudo se torna claro e desmascarado.
Faça, contudo, a mínima distinção,
e o céu e a terra serão separados infinitamente.
Se você deseja ver a verdade,
então não tenha opiniões a favor ou contra nada.
Agrupar o que você gosta contra o que não gosta
é a doença da mente.
Quando o profundo significado das coisas não é entendido,
a paz essencial da mente é perturbada sem proveito algum.

O Caminho é perfeito como o vasto espaço
onde nada falta e nada está em excesso.
De fato, é devido à nossa escolha de aceitar ou rejeitar
que não vemos a verdadeira natureza das coisas.
Não viva no emaranhado das coisas externas,
nem nos sentimentos internos de vazio.
Sinta-se sereno na unidade das coisas
e tais visões errôneas desaparecerão por si mesmas.
Quando tentas parar a atividade para alcançar a passividade
o próprio esforço lhe inunda de atividade.
Enquanto você permanecer em um extremo ou noutro
você nunca conhecerá a Unidade.

6 de nov. de 2010

Regras para ser humano , por Twyla Nitsch



1. Você receberá um corpo.
Pode gostar dele ou odiá-lo, mas ele será seu durante essa rodada.

2. Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal, de período integral, chamada vida. A cada dia, nessa escola, você terá a oportunidade de aprender lições. Você poderá gostar das lições ou considerá-las irrelevantes ou estúpidas.

3. Não existem erros, apenas lições. O crescimento é um processo de tentativa e erro: experimentação.
As experiências que não dão certo fazem parte do processo, assim como as bem sucedidas.

4. Cada lição será repetida até que seja aprendida.
Cada lição será apresentada a você de diversas maneiras, até que a tenha aprendido. Quando isso ocorrer, você poderá passar para a seguinte.
O aprendizado nunca termina.

5. Não existe nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições para aprender.

6. “Lá” não é melhor do que “aqui”. Quando o seu “lá” se tornar em “aqui”, você simplesmente encontrará outro “lá” que parecerá novamente melhor do que o “aqui”.

7. Os outros são apenas seus espelhos. Você não pode amar ou detestar algo em outra pessoa, a menos que isso reflita algo que você ama ou detesta em si mesmo.

8. O que fizer de sua vida é responsabilidade sua.
Você tem todos os recursos de que necessita. O que fará com eles é de sua responsabilidade. A escolha é sua.

9. As respostas estão dentro de você.
Tudo o que tem a fazer é analisar, ouvir e acreditar.

10. Você se esquecerá de tudo isto!


(Twyla Nitsch, Anciã da tribo Seneca)

2 de nov. de 2010

Por favor, me chame pelos meus verdadeiros nomes , por Thich Nhat Hanh


Por favor, me chame pelos meus verdadeiros nomes,

Não diga que amanhã partirei
porque ainda hoje estou chegando.

Olhe profundamente; eu chego a cada segundo
para ser o botão no ramo de primavera,
para ser o pequeno pássaro, de frágeis asas,
aprendendo a cantar em seu novo ninho,
para ser a lagarta no coração da flor,
para ser a jóia escondendo-se numa pedra.

Eu sempre chego para rir e chorar,
para ter medo e esperança,
o ritmo de meu coração é o nascimento e
morte de tudo o que está vivo.

Eu sou a mosca d’água metamorfoseando-se
na superfície do rio,
e sou o pássaro, que, chegada a primavera,
surge em tempo para engolir a mosca d’água.

Eu sou o sapo nadando alegremente
na água clara do poço,
e sou também a cobra cascavel que,
aproximando-se em silêncio,
engole o sapo.

Eu sou a criança de Uganda, toda pele e osso,
minhas pernas finas como palitos de bambu,
e sou o negociante, vendendo armas mortíferas,
instrumentos de fogo a Uganda.

Eu sou a menina de 12 anos,
refugiada no pequeno barco,
que se atira no oceano depois de
ser violentada pelo pirata do mar,
e eu sou o pirata, meu coração ainda incapaz
de enxergar e amar.

Eu sou um membro do politburo
com muitos poderes nas mãos,
e sou o homem que tem que pagar sua
“dívida de sangue” a seu povo,
morrendo lentamente num campo de trabalho forçado.

Minha alegria é como primavera, que tão calorosa faz
flores desabrocharem em todos os campos da vida.
Minha dor é como um rio de lágrimas, tão cheio que
inunda até à borda os quatro oceanos.

Por favor, me chame pelos meus verdadeiros nomes,
de tal forma que eu possa ouvir todos os meus prantos e risos de uma só vez,
de tal forma que eu veja minha alegria e minha dor
como sendo uma só.

Por favor, me chame pelos meus verdadeiros nomes,
de tal forma que eu possa acordar,
e assim a porta de meu coração seja aberta,
a porta da compaixão.

11 de out. de 2010

Leonardo Boff com lágrimas nos olhos

Antes mesmo de ver as lágrimas nos olhos deste homem maravilhoso, os meus olhos já estavam transbordando.
Leonardo Boff é para mim um grande, ou melhor, um dos maiores exemplos que tive e tenho da vivência plena da espiritualidade. Ele me ajudou e ajuda muito na construção de meu caminho, e esse depoimento, para o lindo documentário Eu Maior, acabou de chegar "fresquinho" e não por acaso, tão próximo do dia de São Franscisco de Assis.

9 de out. de 2010

John Lennon - pela paz, sempre!



Hoje John Lennon comemoraria seus 70 anos. Com ele o mundo ganhou um grande símbolo de paz, amor e ativismo a ser seguido.

Salve John!!!

4 de out. de 2010

Francisco de Assis, um exemplo para a humanidade



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna...


Neste dia 4 de outubro se comemora o dia de Francisco de Assis, esse grande homem de alma cósmica e amor incondicional, cheio de "ternura e vigor". Nas palavras de outro grande homem que ajuda iluminar a humanidade, Leonardo Boff, conhecemos um pouco mais de Francisco.

"Até Francisco, o cristianismo vivia a dimensão vertical: todos são filhos e filhas de Deus. Com ele, começou a se viver a dimensão horizontal: se todos são filhos e filhas, então todos são irmãos e irmãs. Não apenas os humanos, mas cada ser da criação. Com enternecimento chamava com o doce nome de irmão ou irmã a estrela mais distante, o passarinho na rama, o sol, a lua e a lesma do caminho. Esta atitude é, hoje, considerada da maior relevância, pois encerra uma dimensão perdida em nossa cultura que se coloca por em cima da natureza, dominando-a e esquece que todos estamos juntos, ao pé um do outro e formamos a grande comunidade de vida. São Francisco fundou um novo humanismo, uma síntese feliz entre a ecologia exterior (cuidado para com todos os seres) e a ecologia interior (ternura, amor, compaixão e veneração).

Em São Francisco, tudo é simples e direto. Não há nenhuma sofisticação nem segundas intenções. Nele, aparece o ser humano em sua inocência original, perdida na história por mil interesses individualistas e pela fome de poder, pela busca de cargos e status social e de acumulação de riqueza. Ele mostrou que ser pobre voluntariamente é muito mais que não ter nada, mas a continuada vontade de dar, de mais uma vez dar e de se despojar de todo interesse para poder comungar diretamente com as coisas e as pessoas, sem mediações que se interponham a essa vontade de estar junto e de sentir o coração do outro. No fundo, o ser humano sonha com um mundo no qual reine tal inocência, onde todos possam se sentir filhos e filhas da alegria e não seres condenados a viver no vale de lágrimas."

Para ver essa entrevista de Boff na íntegra clique aqui.




14 de set. de 2010

Congresso de Transpessoal

Passamos lindos momentos no VII Congresso de Transpessoal - Felicidade Autêntica, e um deles foi cantarmos juntos com Nando Cordel essa música Paz pela Paz.


1 de set. de 2010

Om Mani Padme Hum




Uma explicação sobre o mantra de seis sílabas, Om Mani Padme Hum:

Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses [isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores]. Este sofrimento vem do orgulho.
Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânsc. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles etc., e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânsc. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou ódio.
Om Mani Padme Hum.

(Adaptado de Thinley Norbu, The Small Golden Key to the Treasure of the Various Essential Necessities of
General and Extraordinary Buddhist Dharma. Traduzido por Lisa Anderson. Boston: Shambhala, 1999. Pág. 101.)

7 de ago. de 2010

Amazônia: a grande viagem



Essas são algumas imagens de nossa grande experiência Amazônica.
Imposível não sentir a presença de Deus!!!

22 de jun. de 2010

Algumas mensagens para refletir

Todas as frases abaixo norteiam o trabalho da DEP - Dinâmica energética do Psiquismo, e para saber mais basta clicar na imagem.

Sou muito grata ao campo DEP por tudo o que ele tem me dado durante esse ano e meio de convívio.


“ A mente deseja a separação; o Amor deseja a unicidade”
Sai Baba

“O ser humano é parte de um todo chamado por nós de Universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto, um tipo de ilusão de ótica de sua consciência. Essa ilusão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e à afeição por umas poucas pessoas próximas a nós. Nosso trabalho deve ser libertar-nos dessa prisão, ampliando nosso círculo de compaixão para abarcar todas as criaturas vivas e a natureza inteira em sua beleza”.
Albert Einstein

“O silêncio é a palavra de quem busca o Espírito”.
Sai Baba

“Você é o mundo, o mundo é você.”
Krishnamurti

“ Cada ser humano é a encarnação de Deus”
Sai Baba

"A sombra é tudo o que não foi assumido, tudo o que não foi possível ser vivido, exprimido, ou seja, a luz, a vida que não conseguiu oferecer-se. A energia então fica estagnada, esclerosa-se, torna-se um peso morto e nos paralisa. Para ter bases saudáveis e sólidas, a abertura espiritual
passa por uma atenção, por uma compreensão que inclui essa sombra em nós”
Jean-Yves LeLoup

28 de mai. de 2010

Espiritualidade e Natureza, por S.S. Dalai Lama


Penso que vocês vieram aqui com alguma expectativa, mas essencialmente eu nada tenho a oferecer-lhes. Quero simplesmente tentar compartilhar algumas de minhas próprias experiências e meus pontos de vista. Cuidar do planeta não é algo especial, algo sagrado, ou algo santo. É como cuidar de nossa própria casa. Não temos outro planeta ou casa a não ser este. Embora haja tantas perturbações e problemas, a nossa única alternativa é esta. Não podemos ir para outros planetas. Veja a lua, por exemplo, ela parece ou surge belamente à distância, mas se for viver lá, será horrível. E isto que eu penso. Então, o nosso planeta azul é muito melhor e mais feliz. Portanto, precisamos cuidar de nosso próprio canto, ou casa, ou planeta.

Afinal, o ser humano é um animal social. Freqüentemente digo aos meus amigos que eles não precisam estudar filosofia, estes assuntos profissionais complicados. Só de olhar estes animais, insetos, formigas, abelhas, etc. inocentes, eu desenvolvo com freqüência algum tipo de respeito por eles. Como? Porque eles não têm qualquer religião, qualquer constituição, qualquer força policial, nada. Mas vivem em harmonia através da lei natural da existência, ou da lei ou sistema da natureza.

O que há de errado em nós, seres humanos? Nós humanos temos inteligência e sabedoria humana. Penso que freqüentemente usamos a inteligência humana de maneira errada ou na direção errada. Como resultado, de certa forma, estamos fazendo certas ações que essencialmente vão contra a natureza humana básica.

De certo ponto de vista, a religião é, um pouco, um luxo. Se você tiver uma religião, ótimo; até sem religião você pode sobreviver e consegue manejar, mas sem afeto humano não consegue sobreviver.

Embora a raiva e o ódio, como compaixão e amor, sejam parte de nossa mente, eu ainda acredito que a força dominante de nossa mente é a compaixão e o afeto humano. Portanto, normalmente chamo estas qualidades humanas de espiritualidade, não necessariamente no sentido de uma mensagem religiosa ou religião. Ciência e tecnologia junto com afeto humano serão construtivas. Ciência e tecnologia sob o controle do ódio serão destrutivas.

Se praticarmos a religião corretamente, ou com sinceridade, podemos ver que a religião não é algo fora de nós, mas algo que está em nossos corações. A essência de qualquer religião é um bom coração. Às vezes chamo amor e compaixão de religião universal. Esta é minha religião. Uma filosofia complicada, isto ou aquilo, às vezes cria mais transtornos e problemas. Se estas filosofias sofisticadas forem úteis para o desenvolvimento do bom coração, então isto é bom: use-as inteiramente. Se estas filosofias ou sistemas complicados se tornarem um obstáculo para o bom coração, então é melhor deixá-las de lado. É assim que eu sinto.

Se olharmos atentamente para a natureza humana, vemos que o afeto é a chave para o bom coração. Penso que a mãe é um símbolo da compaixão. Todos nós temos uma semente do bom coração. O que importa é se cuidamos ou não de realizar o valor da compaixão.


(Um discurso feito no quarto dia do Simpósio Ecumênico de Middlebury sobre religião e o meio ambiente, Universidade de Middlebury, Vermont, EUA, de 14 de setembro de 1990. Traduzido por Marly Ferreira.)

21 de mai. de 2010

Nada te turbe






Solo verses:
Todo se pasa, Dios no se muda,
La paciencia todo lo alcanza.

En Cristo mi confianza,
y de Él solo mi asimiento;
en sus cansancios mi aliento,
y en su imitación mi holganza.

Aquí estriba mi firmeza,
aquí mi seguridad,
la prueba de mi verdad,
la muestra de mi firmeza.

Ya no durmáis, no durmáis,
pues que no hay paz en la tierra.

No haya ningún cobarde,
aventuremos la vida.
No hay que temer, no durmáis,
aventuremos la vida.

---------------------------
Música: J. Berthier
Texto: St. Teresa de Ávila


Taizé, França.

11 de mai. de 2010

A arte de morrer, por Jean-Yves Leloup


O mundo que nos rodeia não nos ensina a morrer. Tudo é feito para esconder a morte, para incitar-nos a viver sem pensar nela, em termos de um projeto, como se estivéssemos voltados para objetivos a serem alcançados e apoiados em valores de efetividade. Tampouco nos ensina a viver. No máximo a ter êxito na vida, o que não é a mesma coisa. Trata-se de “fazer”, de “ter” cada vez mais, em uma corrida desenfreada em busca de uma felicidade material a respeito da qual acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde,, não ser suficiente para conferir um sentido às nossas existências. Assim, às vezes ouvimos da boca de agonizantes revoltados, amargurados, o derradeiro lamento por terem passado ao largo do essencial. Não é necessário ser particularmente religioso para sentir que não estamos nesta terra para passar nossa vida a produzir e consumir.
Em uma das suas conferencias sobre a experiência da morte, o padre Maurice Zundel formulava a questão nestes termos: O que fazemos da nossa vida? Estamos à procura de nós mesmos, fugimos de nós, reencontramo-nos de forma intermitente e nunca chegamos a fechar o círculo, a definir-nos a nós próprios, a saber quem somos... Não temos tempo, a vida passa tão depressa, estamos absorvidos pela preocupações materiais ou por diversões... e, finalmente, a morte chega e é em sua presença que tomamos consciência de que a vida poderia ter sido algo de imenso, de prodigioso, de criador. Mas já é tarde demais... e a vida só adquire todo o seu relevo no imenso desgosto de uma coisa inacabada. É, então, que a morte, justamente porque a vida ficou inacabada, aparece como um sorvedouro.
Onde é que, atualmente, a questão do sentido poderá expressar-se? Onde poderá encontrar a resposta?
Todo homem confrontado com a iminência da morte pode ser levado a formular-se questões de ordem espiritual (qual é o sentido da minha vida? Haverá uma transcendência? O que acontecerá ao meu ser?). Como é grande a solidão quando não conseguimos expressar tais questões, compartilha-las com os outros! Estaremos prontos para escutá-las? O que dizer, como proceder perante o absurdo do luto, o desgosto, o desespero? O que responder àqueles que perguntam por que? Àquele que – entrevado, dependente, com o corpo deteriorado – pergunta a si mesmo que sentido poderá ter a prolongação da vida?

(Editora Vozes, 2002)

3 de mai. de 2010

Carta do Chefe Seatle


Carta do Cacique americano ao
Presidente dos Estados Unidos da América

Em 1854, o Governo dos Estados Unidos tentava convencer o chefe indígena
Seatle a vender suas terras. Como resposta, o chefe enviou uma carta ao
presidente que se tornou famosa em todo o mundo. Seu conteúdo merece
uma reflexão atenta pois é uma lição que deve ser cultivada por todos, por
esta e pelas futuras gerações.


CARTA DO CHEFE INDÍGENA SEATLE

"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o
mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo
sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um
homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro (...).
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se
decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem deve tratar os animais
desta terra como seus irmãos (...)
O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria
de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve
acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.
Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de
nossos avós. Para que respeitem a Terra, digam a seus filhos que ela foi
enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que
ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à
Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo estão
cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra.
Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma
família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu
o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao
tecido, fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para
amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos
irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos ( e o homem
branco poderá vir a descobrir um dia): nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês
podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é
possível. Ela é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem
branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar
o seu Criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas
as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos
próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados
pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial
lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é
um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam
exterminados, os cavalos bravios todos domados, os recantos secretos da
floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros
obstruída por fios que falam. Onde está a árvore? Desapareceu. Onde está a
água? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.
Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia
nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho
da água como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de
um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa,
cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do
meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as
lembranças do homem vermelho (...).
Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas a idéia nos
parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da
água como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de
um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa,
cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do
meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as
lembranças do homem vermelho (...).
Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas o sangue de
nossos antepassados. Se vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que
ela é sagrada, devem ensinar às crianças que ela é sagrada e que cada
reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da
vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas
canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês
devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus
também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a
qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma
porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é
um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A
terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue
seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se
incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa
(...). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei. Nossos costumes são diferentes dos seus.
A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o
homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se
possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um
inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O
ruído parece apenas insultar os ouvidos. E o que resta da vida de um homem,
se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao
redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo.
O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o
próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros."
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma
porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é
um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A
terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue
seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se
incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa
(...). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto."








30 de abr. de 2010

Quem não encontrou o céu


"Quem não o encontrou o céu aqui embaixo
lá em cima também o perderá.
Pois os anjos alugam a casa ao lado
a cada vez que nos mudamos".


(Emily Dickinson)

22 de abr. de 2010

Dia do Planeta, vamos falar sobre a carta da Terra!


O que é a Carta da Terra?

A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação.

A Carta da Terra se preocupa com a transição para maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento humano sustentável. Integridade ecológica é um tema maior. Entretanto, a Carta da Terra reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico eqüitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis. Consequentemente oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável.

Neste momento em que é urgentemente necessário mudar a maneira como pensamos e vivemos, a Carta da Terra nos desafia a examinar nossos valores e a escolher um melhor caminho. Alianças internacionais são cada vez mais necessárias, a Carta da Terra nos encoraja a buscar aspectos em comum em meio à nossa diversidade e adotar uma nova ética global, partilhada por um número crescente de pessoas por todo o mundo. Num momento onde educação para o desenvolvimento sustentável tornou-se essencial, a Carta da Terra oferece um instrumento educacional muito valioso.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

  1. Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
  2. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

  1. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
  2. Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
    maior responsabilidade de promover o bem comum.
Para ler a Carta da Terra na íntegra acesse:
http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html

19 de abr. de 2010

Yin e Yang: o equilíbrio do movimento, por Leonardo Boff



Yin e Yang: o equilíbrio do movimento

A tradição do Tao vê a história como um jogo dialético e complementar de dois princípios: yin e yang, forças subjacentes a todos os fenômenos humanos e cósmicos. Procurando luzes para entender e sair da crise global talvez este olhar holístico dos sábios orientais nos possa inspirar.

A figura de referência para representar estes dois princípios é a montanha. O lado norte, coberto pela sombra, é o yin, que em chinês quer dizer sombreamento e corresponde à dimensão Terra. Ele se expressa pelas qualidades da anima, do feminino nos homens e nas mulheres: o cuidado, a ternura, a acolhida, a cooperação, a intuição e a sensibilidade pelos mistérios da vida.

O yang significa a luminosidade do lado sul e corresponde à dimensão Céu. Ele ganha corpo no animus, as qualidades masculinas no homem e na mulher como o trabalho, a competição, o uso da força, a objetivação do mundo, a análise e a racionalidade discursiva e técnica.

A sabedoria milenar do Taoísmo ensina que estas duas forças devem ser balanceadas para que o caminhar das coisas se faça de forma, a um tempo, dinâmica e harmônica. Pode ocorrer que uma predomine sobre a outra, mas importa buscar, o tempo todo, o equilíbrio difícil entre elas.

O yin e o yang remetem a uma energia mais originária, um círculo que contem a ambos: o Shi. O Shi é a energia cósmica que tudo sustenta, penetra e move A teologia yorubá e nagô, tão presentes na Bahia, ensina que essa energia é o Axé universal, com as mesmas funções do Shi. Os cristãos falam do Spiritus Creator, ou do Sopro cósmico, que enche e dinamiza toda a criação. Os modernos cosmólogos se referem à constante cosmológica que é Energia de fundo que produziu aquele minúsculo ponto que se inflacionou e depois explodiu – big bang – dando origem ao nosso universo. Após esta incomensurável explosão a Energia de fundo se desdobrou nas quatro forças fundamentais que atuam sempre juntas e que subjazem a todos os eventos – a energia gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e forte – para as quais não existe, na verdade, nenhuma teoria explicativa.

Nossa cultura ocidental, hoje globalizada, rompeu esta visão integradora e dinâmica. Ela enfatizou tanto o yang que tornou anêmico o yin. Por isso, permitiu que o racional recalcasse o emocional, que a ciência se inimizasse com a espiritualidade, que o poder negasse o carisma, que a concorrência prevalecesse sobre a cooperação e a exploração da natureza descurasse o cuidado e o respeito devidos. Este desequilíbrio originou o antropocentrismo, o patriarcalismo, a pobreza espiritual, a cultura materialista e predadora e a atual crise ecológica global.

Somente com a integração da força do yin, da anima, da logique du coeur (Pascal), do mundo dos valores, corrigindo a exacerbação do yang, do animus, do espírito de dominação, podemos proceder às correções necessárias e dar um novo rumo ao nosso projeto planetário.

Na tradição do cânon ocidental expressamos o mesmo fenômeno do yin e do yang referindo-nos a duas figuras mitológicas: Apolo e Dionísio.

A dimensão Apolo está no lugar da ordem, da razão, da disciplina, numa palavra da lei do dia sob a qual se rege a sociedade organizada. A dimensão Dionísio representa a liberdade face às leis, a coragem de violar interditos, a exaltação da alegria de viver e a inauguração do novo, numa palavra, a lei da noite, que é o momento em que as censuras caem e tudo fica gris e indefinido.

Atualmente vivemos uma conjuntura toda particular, marcada pelo excesso. Perdemos a coexistência do yin com o yang, de Apolo com Dionísio. Se não encontrarmos um ponto de equilíbrio tudo pode acontecer, até um flagelo antropológico. Precisamos de uma loucura sábia que possibilite uma nova síntese entre esses dois pólos para reinventar um novo caminho que nos garanta o futuro.


Texto de Leonardo Boff, autor de Ética da vida: a nova centralidade, Record 2009, entre outros.
http://leonardoboff.com

16 de abr. de 2010

O Buda e as árvores


O ambiente natural proporciona o sustento da vida de todos os seres universalmente. Existem referências a árvores em todos os relatos dos principais acontecimentos da vida do Buda. Sua mãe encostou-se numa árvore buscando apoio no momento de seu nascimento. Ele alcançou a iluminação sentado sob uma árvore e, quando afinal morreu, teve as árvores como testemunhas acima de sua cabeça.

Sua Santidade, o Dalai-Lama

13 de abr. de 2010

A diferença entre o Inferno e o Paraíso


Um rabino teve uma conversa com o Senhor sobre o paraíso e o inferno."Vou mostrar-lhe o inferno", disse o Senhor, e levou o rabino para um aposento em que havia uma grande mesa redonda. As pessoas sentadas em volta dela estavam famintas e desesperadas. No centro da mesa havia uma enorme panela de cozido, com um cheiro tão delicioso que a boca do rabino se encheu de água. Cada pessoa em torno da mesa segurava uma colher com um cabo longuíssimo. Mas, apesar das colheres alcançarem a panela, seus cabos eram mais compridos que os braços dos candidatos a comensais: assim, incapazes de levar o alimento à boca, nenhum deles conseguia comer. O rabino viu que o seu sofrimento era realmente terrível.
"Agora, vou mostrar-lhe o paraíso", disse o Senhor, e foram para outro aposento, exatamente igual ao primeiro. Lá estavam a mesma grande mesa redonda, a mesma panela de cozido. as pessoas, tal como antes, estavam munidas das mesmas colheres de cabo longuíssimo - mas lá, todas eram bem nutridas e cheinhas, riam e conversavam. O rabino não conseguiu entender. "É simples, mas exige uma certa habilidade", disse o Senhor. "Nesta sala, como você vê, eles aprenderam a alimentar uns aos outros".

8 de mar. de 2010

O equilíbrio dos povos indígenas

"Se achamos que o nosso objetivo aqui, na nossa rápida passagem pela terra é acumular riquezas, então não temos nada a aprender com os índios. Mas se acreditarmos que o ideal é o equilíbrio do homem dentro da sua própria família, e dentro de sua comunidade, então os índios têm lições extraordinárias para nos dar." (Claudio Villas-Bôas)

23 de fev. de 2010

Todos juntos - como crescer melhor
























Todos Juntos de Chico Buarque - Segunda versão


Uma gata, o que é que tem?
- as unhas
E a galinha, o que é que tem?
- o bico
Dito assim, parece até ridículo
um bichinho se assanhar
e o jumento, o que é que tem?
- As patas
E o cachorro, o que é que tem?
- Os dentes
Ponha tudo junto e de repente vamos ver o que é que dá

Junte um bico com dez unhas
quatro patas, trinta dentes
e o valente dos valentes
ainda vai te respeitar

Todos juntos somos fortes
somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
não há nada pra temer
- ao meu lado há um amigo
que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
não há nada pra temer

O acrobata, o que é que é ?
- Confiante
Trapezista, o que é que é ?
- Valente
Não é grande coisa realmente
Para um circo levantar
E o palhaço, o que é que é ?
- Gozado
E a platéia, o que é que é ?
- Vibrante
Tá ficando mais interessante
Vamos ver no que é que dá

Confiança com coragem
Vibração com fantasia
E mais dia menos dia
A lei do circo vai mudar

Todos juntos somos fortes
somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
não há nada pra temer
- ao meu lado há um amigo
que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
não há nada pra temer

E no mundo dizem que são tantos
Saltimbancos como somos nós

Para o filme Saltimbancos Trapalhões 1981*

13 de fev. de 2010

Sede de Ser



Não é o pote
Que faz a água
Potável
Não é o homem
Que faz o homem
Humano


(Jean-Yves-Leloup, em Deserto, Desertos, ed. Vozes)

5 de fev. de 2010

Koan Zen

Não procure a verdade, simplesmente pare de dar opiniões.

2 de fev. de 2010

Minha crença


"Minha crença é que meu sangue e a carne sejam mais sábios do que o intelecto. O incosnciente do corpo é o lugar onde a vida borbulha em nós. É como nós sabemos que estamos vivos, vivos nas profundezas de nossas almas, e em contato com as vívidas extensões do cosmo."
D. H. Lawrence

19 de jan. de 2010

Para Reflexão: 3 Koans Zen

"A onda e o mar são Um só".


"Sem pensamentos ansiosos, o fazer vem do ser".


"Posso destruir os livros que carrego na bolsa, mas é impossível esquecer os versos escritos nas minhas vísceras".